Bibliografia

Arturo de Hoyos,

The Scottish Rite Ritual Monitor and Guide,

2007: The Supreme Council, 33º, Southern Jurisdiction, Washington, D. C.

Este livro de quase mil páginas, já em 2ª edição, no seu penúltimo Apêndice (“Scottish Rite Monitors: a Brief Overview”) define um “masonic monitor” como sendo um guia ou livro de instruções, que inclui extractos exotéricos das cerimónias, prelecções e rituais dos vários Graus.

Trata-se de uma obra notável pela abrangência das matérias e pelo rigor da exposição, o que faz dela o mais completo guia do Rito Escocês Antigo e Aceite (REAA) até hoje publicado.

Mas é também notável por ser o primeiro manual com carácter oficial publicado nos últimos 100 anos pelo Supremo Conselho, 33º, da Jurisdição Sul dos Estados Unidos da América, o Supremo Conselho Mãe dos Supremos Conselhos do Mundo. Resulta de um pedido feito ao autor por Ronald A. Seale, 33º, actual Soberano Grande Comendador daquele Supremo Conselho, que assina um dos prefácios do livro.

E, por último mas não menos importante, é notável ainda pela autoridade que lhe advém do seu autor. De facto, Arturo de Hoyos, 33º, Grande Arquivista e Grande Historiador daquele Supremo Conselho, é um autor com competência e autoridade unanimemente reconhecidas em tudo o que respeita à Maçonaria em geral e à História e Rituais do REAA em particular, como o atestam as várias publicações de que é autor, editor ou tradutor.

A parte central do livro – 760 páginas - é um compêndio com a sinopse de cada um dos graus do 4º a 32º e da investidura em “Knight Commander of the Court of Honour”. As cerimónias, diálogos, prelecções, lendas, poesia e canções daqueles graus são apresentados, no dizer de Ronald A. Seale, com um detalhe superior ao de qualquer outra publicação.

A primeira parte do livro fornece informações concisas e precisas acerca da história, filosofia, estrutura, rituais, emblemas, decorações e símbolos do REAA, com ênfase na realidade dos EUA, suportados em três textos seminais de Albert Pike (“Some Thoughts on the Nature and Purposes of Freemasonry”, “What Masonary Is and Its Objects” e “On the Purposes of the Scottish Rite”).

Podem procurá-lo em www.scottishritestore.org


António Balcão Vicente

O TEMPLÁRIO d'EL-REI

Por entre os derradeiros ecos de uma cultura trovadoresca, Frei Arnaldo D’Eln, Cavaleiro Templário, através de um longo processo na demanda do autoconhecimento, estabelece a ponte entre Portugal e Aragão, dois reinos separados por Leão e Castela, mas muito próximos no florescimento das heterodoxias espirituais e de uma visão iniciática no quadro do Cristianismo Medieval.

Frei Arnaldo personifica o cavaleiro que, após ter exercitado as piores violências da guerra exterior, consegue superá-la vencendo-se a si mesmo. Ei-lo transformado no «homem de ouro» platónico, pela vivência das Leis da Sabedoria.

Num instante, Frei Arnaldo percebeu que este casamento entre o Enxofre e o Mercúrio, entre a Alma e o Espírito, encarna a morte que contém o gérmen de um renascimento, a transformação do caos no cosmos, o «fiat lux» reorganizador do arquétipo da perfeição primordial, semelhante à transubstanciação da alma pela ascese, pela qual se efectua a verdadeira descoberta do ser.

Iniciado no ascetiscismo sufi de Ibn Arabi, Frei Arnaldo vai, lentamente, contribuindo para que a dureza da vida e a própria guerra se transmutem numa doutrina de amor universal subjacente a todas as religiões.

Confidente de Reis e Príncipes, modela destinos, sem conseguir controlar o seu.

Pel’O Templário d’el-Rei passam os sentimentos mais profundos da alma humana, numa teia de traições e lealdades, de guerras e ódios fratricidas, de amores e sonhos…

Retrato de uma época plena de contradições, em que as ideias se projectam à velocidade do pensamento, buscando respostas a questões que poucos ousam colocar, O Templário d’el-Rei desvela percursos e anseios quase sempre ocultos nos símbolos que só os olhos da alma conseguem decifrar.

Com ele se cruza uma princesa, de nome Elisabeth, filha de Aragão, feita rainha nesta Finisterra onde o fim do Caminho é semente de Vida e que, pelo culto do Divino Espírito Santo, soube sintetizar a alma do Povo Português, com ele caminhando, no fio da navalha, entre a santidade e a heresia.

Afinal, como poderia a Igreja de Roma, assente nos seus dogmas imutáveis, aceitar uma Teoria de Liberdade, em que o Conhecimento desempenhasse o papel fundamental?

Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invenies.