In memoriam

Luís Martinez Moitinho D Almeida

Luís Pedro Sena Martinez Moitinho de Almeida, nasceu a 2 de Março de 1912 e faleceu no dia 16 de Janeiro de 2005.

Frequentou os liceus Passos Manuel e Camões e licenciou-se na Universidade Clássica de Lisboa em Direito. Teve como colegas, entre outros, o Prof. Dr. Luís Pinto Coelho e foi companheiro e amigo de Francisco Bugalho, António Botto, Augusto Ferreira Gomes, José Régio, Fernando Pessoa, Francisco Cunha Leão (pai), Mário Neves (embaixador na URSS), Jorge Amado, do Conde Monsarraz (filho), do pintor Mário Lima e de tantos outros.

Exerceu Advocacia toda a sua vida, abrindo 1º um escritório em Setúbal, onde tinha feito o serviço militar, outro em Lisboa em sociedade com o primo Elmano Alves.

Trabalhou muito com os colegas Abranches Ferrão e Sousa Uva.

Foi convidado para exercer cargos públicos declinando sempre, por querer preservar a sua independência e liberdade.

Casado com Maria Margarida de Carvalho Dias de quem teve 4 filhos, 3 rapazes e 1 rapariga. Por curiosidade os 2 mais velhos licenciados em Direito, o mais velho foi mesmo a Conselheiro do Supremo.

Enviuvou com 51 anos tendo casado mais tarde com Inês Vieira de quem teve 2 filhos, 1 rapariga e 1 rapaz.

Participou em diversas iniciativas, de que destacaria, foi Presidente da Liga dos Direitos do Homem, sócio fundador dos Rotários de Setúbal e em 1955 foi mesmo GOVERNADOR dos Rotários.

Foi membro da Associação dos Amigos da Finlândia.

Correu Mundo ao longo da sua vida, já com 80 anos foi á China e depois á Índia, Goa, onde permaneceu algum tempo com colegas explicando como evoluiu o Direito Português depois da nossa Saída daquele território.

Cursou em Bolonha, Itália já com idade avançada uma especialização em Direito Europeu, donde viria a ser o melhor aluno.

Dedicou a sua vida ao Direito Civil e Comercial de que tem inúmeros livros publicados de Jurisprudência.

Filho de Carlos Eugénio Moitinho de Almeida e Maria Adelaide Sena Martinez. O seu Pai era empresário de Tabacos que exportava para Inglaterra. Por causa disto, teve necessidade de ter alguém que dominasse a língua inglesa. Essa pessoa viria a ser Fernando Pessoa, com quem Moitinho de Almeida passa a privar no dia-a-dia e que de algum modo o leva a escrever um livro de poemas “ ACRONEOS” a quem Pessoa escreve o Prefácio, isto em 1932. Em 1955 volta a escrever novo livro de poemas “ Poemas que o Vento há-de Levar“

Decano dos Advogados em Portugal durante os últimos anos de vida.

Maçon, investido no Grau 33º do REAA, neste Supremo Conselho em 22 de Setembro de 1995.