In memoriam
Luís de Almeida Cabral, natural de Bissau, onde nasceu a 11 de Abril de 1931, foi o primeiro presidente da Guiné-Bissau. Ocupou o cargo de 1973 a 1980, quando foi deposto por um golpe de estado militar.
É uma das mais importantes personalidades políticas da Guiné-Bissau, sendo em 1956, ao lado do seu meio-irmão Amílcar Cabral e de vários outros destacados dirigentes, um dos fundadores do PAIGC e um dos principais protagonistas da história da emancipação das colónias portuguesas em África.
Contabilista de formação, Luís Cabral entrou em 1963 para o Comité de Luta, dois anos depois de ter fundado, em Conacri, a União geral dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), ainda hoje a principal central sindical do país.
O assassínio de Amílcar Cabral, em Janeiro de 1973, em Conacri, cujos verdadeiros contornos são ainda hoje desconhecidos, levaria Luís Cabral, oito meses mais tarde, a 24 de Setembro do mesmo ano, à presidência da Guiné.
A chegada à chefia do Estado ocorreu após a proclamação unilateral da independência - lida em Madina do Boé (leste) pelo então presidente da Assembleia Nacional Popular das "Zonas Libertadas" pelo PAIGC que só veria a ser reconhecida oficialmente por Portugal cerca de um ano mais tarde, a 10 de Setembro de 1974.
Viria a ser deposto por um golpe de Estado em 14 de Novembro de 1980, localmente conhecido por "Movimento Reajustador" que o afastou da presidência liderado por João Bernardo “Nino” Vieira, assassinado em 2 de março de 2009, em Bissau.
Foi preso e detido durante treze meses, sendo depois enviado para o exílio, em Cuba (entre 1981 e 1983) e só em princípios de 1984 depois de uma intervenção conjunta do então Presidente português, General António Ramalho Eanes e do Governo de Lisboa que lhe ofereceram o exílio em Portugal, onde viveu até ao falecimento em 30 de Maio de 2009, aos 78 anos, em Torres Vedras onde vivia.
Foi membro deste Supremo Conselho investido do 33º Grau do REAA.